Prorrogada exposição sobre Shoko Kanazawa em São Paulo
02/26/2021 12:28 PM
O sucesso da mostra que apresenta ao público a arte do Shodō, a caligrafia, fez com que a Japan House São Paulo prorrogasse a data de encerramento da exposição ‘DŌ: o caminho de Shoko Kanazawa’ para 25 de abril. A manifestação poética e filosófica extremamente conhecida e popular no Japão, é destaque na mostra onde estão exibidas obras da artista Shoko Kanazawa, que utiliza técnicas e saberes milenares e os atualiza, trazendo seus conceitos para a contemporaneidade.
Junto à exposição, a programação online mantém atividades sobre o tema, como a palestra a ser realizada no dia 10 de março, às 19h, em “Caligrafia japonesa – entre mulheres” com o intuito de promover a escrita da língua japonesa. Nela, a mediadora do debate Michiko Okano, professora da UNIFESP, junto às convidadas Neide Hissae Nagae, professora da Universidade de São Paulo, e a artista nipo-brasileira, Catarina Gushiken, debatem o papel das mulheres no desenvolvimento de um dos sistemas de escrita da língua japonesa por meio da literatura do período Heian (794-1185), e como a caligrafia japonesa influencia a arte contemporânea.
Expostas no térreo da sede da instituição, na Avenida Paulista, 52, as obras de Shoko desvendam e retratam a filosofia do Shodō (書道) que significa, em japonês, o caminho da escrita, em que ‘Shō’ exprime o ato de representar letras e palavras com métodos e formas variadas. Este trabalho visa dar vazão às emoções através da escrita e é uma arte e disciplina ensinada às crianças japonesas durante a educação primária. É praticada tanto com caracteres ideogramáticos – kanji – quanto com os fonéticos – hiragana e katakana. Conhecida por exigir alta precisão do calígrafo, cada caractere dos kanji deve ser escrito segundo uma ordem de traços específica, aumentando dessa forma a disciplina necessária daqueles que praticam esta arte. A liberdade de cada artista nesse gestual e interpretação é o que determina o estilo individual.
Sobre Shoko Kanazawa
Nascida em Tóquio no ano de 1985, Shoko Kanazawa começou a estudar caligrafia aos 5 anos, com sua mãe, que lecionava Shodo para crianças. Ao longo do tempo, foi se destacando e sua produção ganhou notoriedade. Seu domínio das variações mais sutis da linha, das noções de composição e posicionamento das formas e também do uso da tinta, com suas saturações são notáveis.
Em 2005, Shoko Kanazawa realizou sua primeira exposição individual, aos 20 anos, chamada “The World of Caligraphy“, marco de sua produção, sendo de grande importância para a divulgação de seu trabalho por todo Japão. Desde então, exibiu suas obras em templos japoneses muito conhecidos, como Kenchōji (Kamakura), Kenninji (Quioto) e Tōdaiji (Nara). Internacionalmente, já expôs em países como Estados Unidos (The Nippon Gallery, Nova York), República Tcheca e Singapura. Além disso, foi uma das convidadas para realizar um dos posters para a próxima Olimpíada, em Tóquio, e, em 2015, apresentou um discurso na sede da ONU em ocasião do Dia Internacional da Síndrome de Down.