“Leopoldina, Independência e Morte” inaugura nova temporada no mês da independência
08/31/2021 2:50 PM
O espetáculo, em versão audiovisual, foi o escolhido para a estreia das sessões de streaming on demand na Plataforma Teatro
Com a aproximação dos duzentos anos da independência do Brasil em 2022, intensificam-se os debates e análises sobre o processo que levou o Brasil à separação de Portugal. O espetáculo “Leopoldina, Independência e Morte” apresenta ao público a oportunidade de conhecer a história pelo ponto de vista de alguém que teve participação decisiva no evento, inclusive como primeira mulher a governar o país em 1822.
A versão audiovisual do projeto, gravada em 2020 no Parque da Cantareira, ficará disponível para o público na Plataforma Teatro (plataformateatro.com) entre 2 e 30 de setembro de 2021,também com uma versão em Libras. Ao acessar o sistema do site, o espectador adquire o acesso ao vídeo por 48 horas, para assistir no melhor horário ou quantas vezes quiser – uma proposta similar ao aluguel de filmes pelo YouTube.
A Plataforma Teatro foi criada pela atriz e diretora Cristina Cavalcanti como resposta ao fechamento das casas de espetáculo desde o início da pandemia. Tornou-se, também, uma possibilidade de os artistas da cena investigarem novas formas de interação com o público. Desde sua estreia, o espaço virtual já recebeu diversas peças ao vivo e gravadas. A parceria com a Palimpsesto, produtora do espetáculo, inaugura o catálogo de streaming do projeto: “A oportunidade de levar o melhor do teatro a rincões distantes do nosso país e a romper fronteiras é nosso objetivo maior”. explica Cristina.
Idealizado por Marcos Damigo, o projeto Leopoldina, Independência e Morte nasceu em 2017 numa versão criada para o Museu do Ipiranga e, além das temporadas nos Centros Culturais Banco do Brasil de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e da veiculação de uma gravação no programa Curta Temporada da TV Brasil, foi gravada uma versão audiovisual da obra no Parque da Cantareira, em São Paulo, em fevereiro de 2021, com recursos da Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural. A obra também foi publicada em livro pela Editora Giostri. Ao todo, o espetáculo já teve mais de 10 mil espectadores presenciais desde sua estreia no CCBB São Paulo em 2018, e 1800 espectadores nas veiculações e transmissões virtuais.
A obra retrata uma imperatriz Leopoldina ainda desconhecida por grande parte dos brasileiros: culta e preparada, foi além do papel que lhe cabia em seu tempo histórico. Primeira mulher a se tornar chefe de Estado do Brasil, teve importância decisiva no processo de independência. Engravidou nove vezes e morreu aos 29 anos.
“Além de simplesmente veicular mais uma versão gravada da peça, optamos por investigar esse lugar estranho, que não é nem teatro nem cinema. Se por um lado não temos o calor humano da presença que tanto alimentou este trabalho desde o primeiro encontro com o público em 2017, temos agora outros recursos para nos auxiliar, como as belas locações do Parque da Cantareira e os enquadramentos da câmera que conduzem o olhar do espectador”, diz Damigo.
“As cenas acontecem em espaços que dialogam com o texto. A natureza, tão cara a Leopoldina, passa a ser quase um personagem na primeira cena. A segunda cena, da conversa entre Leopoldina e Bonifácio, ocorre numa transição entre esse espaço aberto e o lugar onde ela fazia suas pesquisas em botânica e mineralogia. O delírio da terceira cena ganha concretude com a possibilidade da edição de imagens e do uso de efeitos sonoros e visuais”, conclui.