O Savatage oficializou seu retorno aos palcos em 19 de abril de 2024, no Monsters of Rock Brasil, após anos de hiato. Dois dias depois, em 21 de abril, a lendária banda americana emocionou uma multidão no Espaço Unimed, em São Paulo, realizando o sonho de milhares de fãs nostálgicos que aguardavam ansiosamente por esse momento. O reencontro repercutiu pelo mundo: vídeos da apresentação circularam nas redes sociais, com relatos comovidos de fãs de diversas partes do planeta.

Em entrevista recente à Eonmusic, durante o Hellfest 2025, em Clisson, na França, o baixista Johnny Lee Middleton falou sobre a decisão de retomar as atividades, começando pela América do Sul e seguindo em turnê pela Europa:

“Depois daquele show de reunião no Wacken Open Air, em 2015, nós decidimos colocar a banda de volta na estrada. Mas aí veio a COVID, depois o Jon teve alguns problemas de saúde, e acabamos adiando de novo. Chegamos a um ponto em que pensamos: é hora de fazer isso. E aqui estamos.”

O guitarrista Chris Caffery também destacou o impacto emocional do retorno e o legado deixado por Paul O’Neill, produtor e compositor falecido em 2017:

“É especial, principalmente quando você vê as pessoas nos shows contando como o Savatage mudou ou salvou suas vidas. Tem gente que vem nos ver da Síria ou de qualquer canto do mundo. O Paul sempre nos dizia: ‘É fácil escrever uma música sobre um carro e uma garota, mas difícil é escrever uma música que pode mudar a vida de alguém’. Eu só entendi de verdade a força disso quando essas pessoas começaram a vir nos dizer isso pessoalmente.”

Johnny também refletiu sobre as tragédias que a banda enfrentou ao longo da trajetória, incluindo as mortes do guitarrista Criss Oliva e do próprio O’Neill:

“Essa banda já passou por todo tipo de tragédia. O Criss era meu melhor amigo. Eu mesmo abri a porta para o policial estadual que veio me avisar da morte dele. A gente passou por muita coisa. Mas a música que criamos juntos é atemporal.”

Ele se emocionou ao lembrar a relação com Criss:

“Eu e o Criss éramos como irmãos. Ele morava do outro lado da rua, a gente estava sempre junto. E eu ainda não superei isso. Ainda dói. Como eu disse, a banda enfrentou muitas tragédias — abuso de drogas, tudo o que você possa imaginar. Mas a música nos ajudou a superar. Nós sobrevivemos.”

O Savatage segue na estrada celebrando seu legado como uma das bandas mais importantes do metal progressivo, mantendo viva a memória dos que partiram e a força da música que marcou gerações.