Documentário sobre física polonesa chega ao NOW
02/18/2021 8:02 PM
A física polonesa Marie Skłodowska Curie foi um dos maiores nomes da ciência, sendo sobretudo pioneira entre as mulheres cientistas. Sua trajetória é contada na cinebiografia “Marie Curie, Além do Mito”, uma produção da ARTE France dirigida por Michel Vuillermet, que agora chega ao Curta!On, o novo clube de documentários no NOW, da NET / Claro.
O filme vai desde o nascimento de Curie, na Varsóvia de 1867, até a sua morte — por anemia aplástica, uma doença geralmente causada por exposição à radiação — e seu sepultamento no Panthéon francês. Entre as suas conquistas estão a descoberta da radioatividade e os elementos químicos polônio e rádio, o que lhe rendeu dois prêmios Nobel — um de Física, em 1903, e outro de Química, em 1911. Ela foi a primeira mulher a ganhar esse prêmio, e, até hoje, é a única pessoa condecorada com o Nobel em dois campos distintos da ciência.
Por trás dessa lenda da ciência, estava uma pessoa discreta, que precisou vencer barreiras em uma sociedade em que mulheres eram predestinadas a cuidarem de casa. Trabalhou como professora, juntando dinheiro para ir a Paris e prosseguir com seus estudos, ingressando na universidade, onde se destacou dentre os demais alunos por seu brilhantismo.
“Não é só por ser mulher que ela transgride os papéis sociais tradicionais, mas também por encarnar valores que eram considerados antifranceses”, comenta a filósofa e historiadora Bernadette Bensaude-Vincent, em uma das passagens do documentário.
No fim do século XIX, conheceu seu marido, Pierre Curie, físico francês com quem dividia seu interesse por ciências naturais e com quem teve duas filhas: Irène e Ève. Pierre morreu jovem, poucos anos depois, e, a partir de então, a vida amorosa e familiar de Marie Curie também passou a ser tema de páginas de jornal — ainda que fosse uma das físicas mais importantes de sua época, a primeira mulher a lecionar na Sorbonne Université.
O filme descreve a importância de Marie Curie para a ciência moderna e para o nosso próprio modo de pensar, e também mostra as delicadezas e desventuras de sua vida pessoal, por meio de fotografias, vídeos e cartas. Traz, ainda, entrevistas com admiradores e cientistas contemporâneos, como a física nuclear Hélène Langevin-Joliot, neta de Marie Curie.