Sodom: “vou sentir falta da estrada. Vou sentir falta dos companheiros”, diz Angelripper sobre decisão de desacelerar
06/19/2025 3:17 PM
Após 43 anos de trajetória, o Sodom pode se orgulhar de ser um dos poucos conjuntos de Thrash Metal que jamais alterou ou desviou seu percurso artístico. São quatro décadas, 17 registros em estúdio, milhares de apresentações e um histórico indiscutivelmente 100% voltado ao som veloz, cru, direto e intenso. Nesse cenário, se existe uma identidade no estilo que permanece intacta, esse nome é o Sodom. E isso se deve à entrega e à condução firme de seu fundador, cantor e baixista, Tom Angelripper.
Com a chegada de “The Arsonist”, novo trabalho que será revelado no dia 27 de junho sob o selo Steamhammer, Tom pretende reduzir o ritmo. O Sodom nunca fez pausa, nunca passou grandes intervalos sem criar material novo e, agora, ele sente que precisa reservar um tempo para si.
Em conversa recente com David E. Gehlke, do portal Blabbermouth, Angelripper refletiu sobre esse novo capítulo e revisitou momentos marcantes desde os primeiros passos do Sodom. Ao ser perguntado sobre a faixa “Witchhunter”, feita em tributo ao primeiro baterista Christian “Witchhunter” Dudek, o artista comentou sobre estilos de existência, decisões pessoais de colegas de ofício e como isso pode ter desfechos trágicos. Ao abordar sua forma de criar e falar da ausência do antigo parceiro, Tom foi direto: “Tenho muitas saudades dele. Ele está sempre comigo. Quando lançamos o disco de 40 anos, ‘40 Years At War – The Greatest Hell Of Sodom’, e refizemos faixas antigas, ele era sempre tema das conversas. Nosso atual baterista, Toni Merkel, é grande admirador dele. Disse que gostava de registrar as linhas do Witchhunter e procurava atualizá-las com uma percussão mais contemporânea, mas a essência dele está ali. Então, decidi compor uma canção sobre ele. Ele foi meu parceiro mais próximo nos primeiros tempos, quando demos início à banda em 82. Vivemos muitas coisas juntos.”
“Mais tarde, quando gravamos ‘The Final Sign Of Evil’ em 2007, lembro que ele estava abatido. Tinha sérios conflitos com bebidas. Quando comecei a escrever algo sobre ele, não quis pintá-lo como ídolo. Ele teve enorme relevância no cenário nos anos 80, mas seu caminho foi doloroso. A canção nasceu disso. Também criamos uma faixa dedicada a Algy Ward, do TANK — ele era meu cantor e baixista favorito, ao lado de Lemmy Kilmister, do Motörhead, e Cronos, do Venom. É semelhante. Um grande influenciador que se foi. Outro percurso encerrado por conta de excessos. Vi muitos colegas partirem por isso.”