O anúncio inesperado da volta do Rush aos palcos em 2026, agora com uma nova baterista, a alemã Anika Nilles, está a gerar grande repercussão nas redes sociais. Os admiradores da banda canadense expressam sentimentos mistos — de entusiasmo com a possibilidade de uma nova fase do grupo e de nostalgia pela ausência do lendário Neil Peart, considerado por muitos como a alma e o coração do Rush.

O regresso da banda está inicialmente previsto para uma série limitada de apresentações, abrangendo sete cidades na América do Norte, com doze espetáculos no total. Cada concerto contará com dois repertórios distintos.

A turnê, batizada de “Fifty Something”, celebrará mais de cinco décadas de trajetória musical, homenageando a obra, o legado e a vida de Neil Peart, falecido em 2020.

As datas divulgadas são as seguintes:
07 de junho – Los Angeles, CA – Kia Forum
09 de junho – Los Angeles, CA – Kia Forum
18 de junho – Cidade do México, MX – Palacio de los Deportes
24 de junho – Fort Worth, TX – Dickies Arena
26 de junho – Fort Worth, TX – Dickies Arena
16 de julho – Chicago, IL – United Center
18 de julho – Chicago, IL – United Center
28 de julho – Nova York, NY – Madison Square Garden
30 de julho – Nova York, NY – Madison Square Garden
07 de agosto – Toronto, ON – Scotiabank Arena
09 de agosto – Toronto, ON – Scotiabank Arena
17 de setembro – Cleveland, OH – Rocket Arena

O crítico musical e jornalista Regis Tadeu comentou o anúncio e a reação intensa dos fãs, que se dividem entre curiosidade e indignação com a decisão de Alex Lifeson e Geddy Lee de retomarem as atividades sem o parceiro histórico.

“Ainda surpreso com a notícia, resolvi gravar um vídeo tentando compreender o turbilhão de opiniões que tomou conta do mundo do rock, como se fosse um meteoro caindo sobre todos nós que crescemos ouvindo o Rush — Geddy, Alex e o eterno e insubstituível Neil Peart”, disse o crítico.

Tadeu destacou que o retorno foi anunciado de forma bem-humorada, em um vídeo publicado pela dupla.

“A turnê Fifty Something pretende ser um banquete de celebração dos mais de cinquenta anos de estrada da banda, com o Geddy Lee e o Alex Lifeson retornando aos palcos acompanhados da talentosa Anika Nilles — que integrou o último grupo de Jeff Beck antes da sua morte em 2023 — e possivelmente de outros músicos convidados, incluindo um tecladista, para permitir que o Geddy se dedique mais ao baixo e ao vocal.”

O jornalista ressaltou que não se trata apenas de substituir Peart por um baterista tecnicamente habilidoso:

“Não é simplesmente colocar alguém com técnica absurda, como alguns fãs sonham com nomes como o Mike Portnoy. O ponto é outro — é manter viva a chama da música do Rush de forma respeitosa.”

Tadeu afirmou acreditar que Neil Peart será lembrado a cada espetáculo, tanto em vídeos quanto nas próprias interpretações das músicas, e reconheceu a divisão entre os fãs:

“Uns enxergam esse retorno como uma afronta, enquanto outros veem como uma chance de renascimento. Mas o impacto foi gigantesco — ninguém esperava por isso. Foi um choque coletivo.”

O crítico recordou que o último show do Rush ocorreu em 1º de agosto de 2015, em Los Angeles, encerrando a turnê R40, uma retrospectiva de quarenta anos de carreira que já soava como despedida. Ele mencionou que Peart foi diagnosticado em segredo com um tumor cerebral em 2018 e morreu em 2020, deixando um vazio emocional e artístico profundo.

Após a perda, Geddy Lee chegou a se emocionar publicamente ao falar do amigo, enquanto Alex Lifeson declarou que “sem Neil, não há Rush”. Ambos rejeitaram ofertas milionárias de promotores e se dedicaram a projetos paralelos, até o inesperado retorno.

“Eu mesmo já tinha sepultado o Rush num mausoléu simbólico, como uma lenda encerrada. Mas ninguém imaginava que, cinco anos após a morte de Peart, Geddy e Alex diriam: ‘Vamos tocar novamente’. A notícia caiu como uma bomba. No início, todos achamos que era fake news”, confessou Tadeu.

Com o apoio público da família de Peart — sua viúva Carrie Nuttall e a filha Olivia Peart divulgaram uma declaração conjunta endossando a turnê — o crítico acredita que a decisão é legítima.

“Esses concertos não serão o Rush clássico, mas podem ser muito divertidos, emocionantes e cheios de respeito. E ver uma excelente baterista como a Anika dar nova vida às músicas do Rush será, sem dúvida, algo interessante”, concluiu.