Prestes a celebrar cinco décadas de carreira, o guitarrista Wolf Hoffmann, membro fundador da banda alemã Accept, compartilhou reflexões sobre a longevidade do grupo e do próprio gênero heavy metal. Em entrevista recente, Hoffmann revelou sua surpresa com a durabilidade da cena metal e o impacto de canções como “Balls to the Wall”, um dos maiores clássicos do grupo.

Em 2026, o Accept completará 50 anos de atividade, com um novo álbum e uma turnê especial de comemoração. Para Hoffmann, é impressionante que canções criadas ainda na juventude tenham resistido ao tempo e continuem significativas para fãs ao redor do mundo.

“Ainda me impressiona que as pessoas realmente… quase parece que essas coisas são para a eternidade, o que é algo que ninguém poderia esperar. Quando penso em todos aqueles anos atrás na Alemanha, quando éramos basicamente crianças em uma garagem tentando formar uma banda, ninguém poderia imaginar que isso tudo duraria”, disse o músico.

Ao recordar a criação de “Balls to the Wall”, Hoffmann contou que teve a intuição de que a faixa teria potencial, mas nem ele, nem os colegas de banda previam que o gênero manteria sua relevância por tanto tempo.

“Lembro-me de quando criei as primeiras partes dessa música e a levei para os caras. Pensei: ‘Essa é uma música muito legal. Acho que vai fazer algo por nós’. Mas ninguém imaginava que o heavy metal duraria tanto tempo. Achei que fosse uma onda, como o punk: viria e iria.”

Segundo o guitarrista, a ideia de transformar a banda em carreira de longo prazo não existia na época. “Todo mundo era jovem. Não havia referências de músicos com 40 ou 50 anos tocando heavy metal. Ninguém pensava nisso como profissão”, afirmou.

O Accept é considerado uma das bandas mais influentes do heavy metal europeu, com legado marcado por álbuns icônicos e uma base de fãs global. Em atividade desde 1976, o grupo consolidou sua posição com discos como Restless and Wild (1982), Balls to the Wall (1983) e Metal Heart (1985).

A banda prepara agora um novo ciclo de lançamentos e turnês para marcar os 50 anos de estrada — um marco que, segundo Hoffmann, jamais esteve no horizonte quando tudo começou em uma garagem na Alemanha.