“Não são normas fixas e definitivas. É uma questão de discernimento. E eu sei que essa é uma explicação ampla. Eu certamente não consigo me safar com o que costumava fazer. E isso é normal. É uma condição positiva. Não tenho nenhuma narrativa absurda para você. Quer dizer, eu tenho algumas experiências sobre ocasiões que me fugiram do controle, como todos nós, mas não houve um episódio específico em que eu disse: ‘Ok, isso não está certo ou não é bom’. Eu simplesmente cheguei a um estágio em que realmente percebi que isso estava me afetando e ‘Eu não consigo funcionar. Estou farto de me sentir doente e cansado’.”

“Certamente não estou aqui para dizer às outras pessoas o que acho certo ou errado. Sei que cada um tem uma ligação diferente com o álcool, e esse é um tema muito sério, é uma questão muito séria que todo mundo – não apenas os instrumentistas, não apenas nós – tem uma relação diferente com o álcool. Eu sei, na maioria das vezes, o que posso fazer para me divertir ocasionalmente e tomar alguns drinques, mas sem deixar que isso afete minha função.”

Segundo Hammersmith, a função em uma formação envolve “coordenação de temperamentos”. Ele também disse que reduziu bastante o uso de álcool:

“O interessante sobre ser artista, sem me aprofundar muito em todos os diferentes elementos do que fazemos, é que, até certo ponto, tocar som é obviamente a atividade, e essa é a definição da função, mas acho que muitas pessoas não percebem o quanto da rotina envolve gestão de temperamentos. E quando digo coordenação de temperamentos, isso não inclui apenas todos ao seu redor. Inclui administrar sua própria individualidade. E quando você começa a levar coisas como sono, dieta, álcool e todas essas variáveis ao extremo, quer você perceba ou não, isso afeta sua natureza, afeta a maneira como você responde aos que estão ao seu redor, e à medida que você envelhece e comete alguns erros e continua errando ocasionalmente, você se torna cada vez mais consciente de como tudo isso funciona.”

“Então, eu não tenho uma regra concreta — não tenho um ‘máximo de duas doses’ rigoroso, nem uma metodologia fixa, nem quantidades determinadas. Eu só sei que reduzir o nível de ingestão e ser mais consciente do porquê… Se eu vou sair de casa, trabalhar e tocar instrumento, é ótimo. Eu adoro isso, mas estou lá para cumprir uma missão e há um motivo para eu estar lá. E essa é uma resposta extensa para dizer que não tenho um plano fixo ou um conjunto de parâmetros para você. Eu certamente reduzi bastante o consumo, e acho que é simplesmente necessário… Como eu disse, com a questão da gestão de temperamentos, acho que você se torna um colega de conjunto melhor, e claro, você se torna um profissional melhor, e isso é importante, mas se tornar um parceiro de grupo melhor e ser uma figura mais confiável ou mais positiva, acho que é igualmente importante.”