Sepultura: “Não é Thrash Metal. Não é Heavy Metal. Não é Dark Metal. Não é Metal brasileiro”, afirma Andreas sobre sonoridade do grupo
08/31/2025 6:56 PM
O Sepultura angariou uma legião de admiradores em mais de quatro décadas de trajetória e, atualmente, realiza sua excursão de despedida intitulada “Celebrating Life Through Death”.
Se existe uma declaração precisa que podemos fazer sobre a musicalidade do conjunto é que ela não se enquadra em moldes pré-definidos. O quarteto sempre procurou inovar, evitar o convencional e lançou discos tão aclamados quanto controversos.
Muitos seguidores, sobretudo os mais veteranos, não assimilam a transformação do grupo, e o líder Andreas Kisser não se preocupa com isso. Como ele mesmo declarou recentemente em uma conversa, “o fã que se dane”.
Em uma nova conversa com Jarek Szubrycht do “Mystic Talks” no Mystic Festival, Kisser discorreu sobre as motivações que levaram ao provável fim do Sepultura. Perguntado sobre o desejo de explorar outros gêneros musicais e se isso o motivou a encerrar as atividades da banda, Kisser respondeu negativamente: “Nunca me senti limitado ao universo do Sepultura para compor em um estilo específico. Sempre fomos muito audazes para fazer o que desejássemos. Ou seja, ‘Nation’ é um disco muito distinto, ‘A-Lex’, todos aqueles álbuns que foram inspirados em obras literárias e outros elementos. É, creio eu, mais a rotina de permanecer em uma formação como o Sepultura por 40 anos. 40 anos, cara! Você já realizou algo por 40 anos, como seu emprego? Reflita sobre isso (Risos).
É uma conquista extraordinária dentro do universo do entretenimento manter uma banda assim por tanto tempo, com oscilações, ter público. Sempre que estávamos produzindo discos, estávamos apresentando, tínhamos um contrato com a gravadora, independentemente da formação, independentemente do período. Tocamos para dez pessoas, depois retornamos para tocar em locais enormes e assim por diante. É uma narrativa bela. É uma narrativa bela de expressão artística e existência. E eu estava sentindo que precisava entrar naquele ritmo de fazer outro disco, fazer outra turnê, é um tanto excessivamente previsível. Quer dizer, um artista precisa fugir da zona de conforto. Se você está lá, você está perdido, porque vai perder o elo com a realidade. Você vai passar a existir nessa bolha do que o Sepultura deveria ser. Não existe “deveria”. Há um novo Sepultura todo dia. Podemos fazer o que quisermos, musicalmente falando, porque conquistamos isso. Sepultura é isso. Não é Thrash Metal. Não é Heavy Metal. Não é Dark Metal. Não é Metal brasileiro. É Sepultura Metal. É por isso que temos uma identidade, certo? (Risos).
Caso contrário, por que ter uma denominação? Isso é Sepultura. É isso que somos — muito libertos. Não temos receio de assumir perigos. Arte é about assumir perigos. Se você cria algo inédito, vai assumir perigos. Não há alternativa. E é aí que você evolui, com seus equívocos ou com tudo. Mas é formidável parar em um momento positivo sem conflitos, sem um elemento externo acabar com a banda.
São os nossos próprios critérios. Escolhemos isso com muita serenidade, uma decisão ponderada. Levamos dois anos debatendo sobre ensaiar, nos preparando para isso, e agora estamos usufruindo. É extraordinário. E por que não? Quer dizer, é um privilégio ter isso, ter essa opção, parar enquanto podemos ou parar nesse momento presente. E daí o amanhã é o amanhã. Veremos. (Risos).”
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