O criador italiano de moda Giorgio Armani morreu nesta quinta-feira, informou a agência noticiosa italiana ANSA. Considerado um ícone do vestuário mundial, Armani fundou a grife masculina homônima em 1975, que se transformou em um conglomerado global com diversas linhas como Emporio Armani e Armani Exchange. Segundo o jornal britânico The Independent, era visto como o segundo homem mais rico da Itália, ficando atrás apenas de Giovanni Ferrero.

“O Sr. Armani, como sempre foi tratado com deferência e respeito por empregados e parceiros, faleceu tranquilamente, cercado por seus familiares. Incansável, trabalhou até os últimos momentos, dedicando-se à companhia, às coleções, aos inúmeros e sempre renovados empreendimentos em curso e em expansão”, registrou o Grupo Armani.

O estilista nasceu em Piacenza, no norte da Itália, em 1934. De acordo com o The Independent, Armani cresceu com a aspiração de ser médico e chegou a cursar medicina por três anos na Universidade de Milão. O vínculo profissional com o setor da moda surgiu posteriormente, quando atuou em uma loja de departamentos e, apenas na década de 1960, conseguiu sua primeira oportunidade como criador de roupas na empresa Nino Cerruti.

A criação da marca que leva seu nome ocorreu em 1975, com o apoio do arquiteto Sergio Galeotti. A coleção inicial de trajes masculinos foi apresentada um ano depois. O New York Times relatou que o renomado profissional modificou o desenho dos ternos para valorizar a silhueta de quem os utilizava. Para isso, retirou ombreiras e determinados tecidos de seus modelos.

“Armani é um desses criadores, assim como Coco Chanel com o vestido preto básico, tão relevante por sua contribuição social por meio da moda quanto pelo que especificamente produziu”, afirmou Harold Koda, ex-curador principal do Costume Institute do Museu Metropolitan, citado pelo New York Times.

O designer também teve um papel marcante nas vestimentas femininas voltadas ao ambiente corporativo. Ele foi responsável por confeccionar ternos sofisticados para as mulheres que, à época, buscavam uma posição mais expressiva dentro das empresas. Suas peças, explicou Armani, eram feitas para o “consumidor, não para a indústria da moda”, destacou o The Independent.

Além da moda, Armani atuou em outras formas de arte, assinando figurinos de personagens emblemáticos do cinema americano. Um dos mais conhecidos foi Julian Kaye, interpretado por Richard Gere no filme American Gigolo. Também criou o guarda-roupa de Os Intocáveis e de Leonardo DiCaprio em O Lobo de Wall Street.