Viver de música no Brasil pode ser uma batalha árdua
11/23/2021 1:49 PM
Dj Ilka Oliver e o produtor musical Mystical comentam sobre a cena cultural brasileira e as dificuldades enfrentadas por artistas diariamente
A música é uma parte constante da vida de milhões de pessoas no mundo inteiro. Dados da revista Veja revelam que, no Brasil, em 2020, o número de assinantes das plataformas de streamings chegou próximo de atingir 70 milhões, o que representaria um terço da população do país.
Porém, não é segredo que viver de arte no Brasil pode ser uma luta diária. De acordo com a DJ Ilka Oliver, existem diversas dificuldades que os artistas devem enfrentar para ganhar reconhecimento no meio. “Existem questões como a falta de cultura musical, que torna tudo mais complexo. Também há problemas de valorização profissional, por exemplo, um DJ promoter tem mais valor,às vezes, que um DJ profissional”, relata a DJ, levantando também, um debate forte dentro do mundo da música sobre a identidade profissional dos DJs e o papel dos promoters de trazer o máximo de pessoas possível para dentro de um evento.
Porém, Ilka Oliver também afirma que o Brasil é um ambiente rico para explorar a criatividade musical dos artistas. “A nossa musicalidade diversificada e o nosso público antenado, que gosta de música e de festa em todas as vertentes, é uma das grandes vantagens de produzir música por aqui”, detalha. Por isso, o produtor musical e DJ Mystical, aconselha seguir os “7 mandamentos da música” para trilhar um caminho de sucesso. “Busque a perfeição mesmo não chegando a ela, faça com vontade como se fosse a última vez que está produzindo ou tocando, foque no objetivo , nunca desista, repasse o que aprendeu, sempre questione-se e invista nas redes sociais, seja omnichannel”.
Mesmo que a situação exija esforço extra, o produtor afirma que existem inúmeras possibilidades de crescimento dentro do setor, sendo algumas, inclusive, internacionais. “Os músicos brasileiros sempre foram respeitados em qualquer parte do mundo graças a artistas como Tom Jobim, Sérgio Mendes, Caetano Veloso, Seu Jorge, Alok e Anitta. Isso dá uma vantagem de largada para os novos artistas, mas só se mantém quem tem algo consistente para apresentar”, detalha. Ilka Oliver também acredita no potencial brasileiro no exterior. “A música nunca vai saturar , a criatividade e ecletismo fazem a diferença de um artista. Por isso, é importante saber ouvir e apreciar música boa na pista e na produção”.